"Portugal é um país onde se fazem vinhos diferentes e impactantes."
Foi com esta filosofia bem presente e com o habitual espírito de aventura, que o enólogo João Portugal Ramos rumou ao Norte.
Elegeu a sub-região de Monção e Melgaço na região dos Vinhos Verdes para abraçar este seu novo projeto, onde o "terroir" lhe permite produzir vinhos distintos e com diferentes características.
Estes vinhos impactantes e sedutores tem tido uma crescente procura, tanto no mercado Nacional como além-fronteiras portuguesas.
Com o lançamento do seu primeiro vinho Alvarinho, e com a garantia da sua assinatura, João Portugal Ramos acredita fortemente na diversidade e no potencial de todas as regiões em Portugal.
REGIÃO DEMARCADA DOS VINHOS VERDES
A Região dos vinhos verdes foi demarcada pela primeira vez em 1908, por Carta de Lei de 18 de Setembro e Decreto de 1 de Outubro, dividida então em seis sub-regiões: Monção, Lima, Basto, Braga, Amarante e Penafiel. No entanto, é apenas regulamentada no ano de 1926.
A actual Região Demarcada dos Vinhos Verdes estende-se por todo o noroeste do país, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho. Questões de ordem cultural, microclimas, tipos de vinho, encepamentos e modos de condução das vinhas levaram à divisão da Região Demarcada dos Vinhos Verdes em nove sub-regiões: Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva, Sousa.
Orograficamente, a região apresenta-se como "um vasto anfiteatro que, da orla marítima, se eleva gradualmente para o interior" (Amorim Girão), expondo toda a zona à influência do oceano Atlântico, fenómeno reforçado pela orientação dos vales dos principais rios, que correndo de nascente para poente facilitam a penetração dos ventos marítimos.
O relevo e a rede fluvial são factores que condicionam o clima da região: O aspecto mais marcante é o regime anual de chuvas, que se caracteriza por totais anuais bastante elevados - em média 1500 mm - e uma distribuição irregular ao longo do ano concentrada no Inverno e na Primavera.
Por outro lado, a temperatura do ar evolui ao longo do ano em simetria com a precipitação. Isto é, as temperaturas mais altas coincidem, durante o ano, com as precipitações mais baixas - final da Primavera e Verão quentes e secos - e as temperaturas mais baixas com as precipitações mais altas - Invernos frios e chuvosos.
Relativamente à temperatura média anual e às médias das máximas e médias das mínimas, pode dizer-se não serem estas excessivas, o que traduz um regime de clima ameno.
O solo tem, na maior parte da região, origem na desagregação do granito. Caracteriza-se, regra geral, por apresentar pouca profundidade, texturas predominantemente arenosas a franco-arenosas (ligeiras), acidez naturalmente elevada e pobreza em fósforo.
As vinhas, que se caracterizam pela sua grande expansão vegetativa, em formas diversas de condução, ocupam uma área de 21 mil hectares e correspondem a 15% da área vitícola nacional.
Principais castas brancas da Região são:
Alvarinho; Loureiro; Arinto ( Pedernã); Avesso, Azal, Trajadura.
Principais castas tintas da Região:
Amaral (Azal tinto); Borraçal; Alvarelhão (Brancelho); Espadeiro; Padeiro; Pedral; Rabo-de-Anho (Rabo-de-Ovelha); Vinhão
SUB REGIÃO DE MONÇÃO E MELGAÇO
Frente à vizinha Espanha, ao longo da margem esquerda do rio Minho, entre Melgaço e Monção, estende-se esta zona vitivinícola de eleição. A casta Alvarinho é a casta predominante nos cerca 800ha de vinha que existem na região.
Muitos são os factores que determinam as características únicas dos vinhos desta região: história/tradição, relevo, clima, o solo e as vinhas.
A vila de Monção é um território com tradição no cultivo da vinha. Segundo diversos autores o facto de o foral de Afonso III, de 12 de Março de 1261, reconhecer a posse das vinhas aos habitantes de Monção, indica-nos a importância da vila na época.
O sistema montanhoso que envolve toda esta sub-região torna o relevo um dos factores naturais mais diferenciadores, devido à grande influência que tem no Clima - o "abrigo natural" que cria limita a influência atlântica, característica da região. Assim, encontrámos na sub-região de monção e Melgaço temperaturas médias mais altas no verão, um teor de humidade mais baixo e uma precipitação média anual também mais baixa que na restante região dos vinhos verdes.
A maioria das vinhas está instalada entre os 50-200m de altitude.
São fundamentalmente solos de origem granítica (calco-alcalinos). Menos frequente, são os derivados de depósitos fluviais em terraços (sobre granito calco-alcalino), onde a percentagem de calhau rolado é acentuada.
Solos ácidos, pobres em fósforo e Azoto e ricos em Potássio. Textura Franco arenosa. Na sua constituição dominam o saibro e a areia grossa, sobretudo a areia grossa, mas também tem um teor razoável de argila o que lhes confere uma boa drenagem e capacidade de arejamento, assim como uma moderada capacidade de armazenamento de água e iões (João Garrido. 1984. Zonagem vitícola da sub-região de Monção).A casta alvarinho é uma Casta branca de alta qualidade, recomendada na Sub-Região de Monção como casta estreme para a produção de vinho com Denominação de Origem Alvarinho.
Cacho: Pequeno, alado e frequentemente duplo por desenvolvimento da asa. Compacidade média/baixa.
Bago: Tamanho pequeno/médio, não uniforme. Arredondado, às vezes ligeiramente achatado. Cor verde amarelada, adquirindo um tom rosado quando demasiado exposto ao sol. Película de espessura média/grossa.
Produz mostos muito ricos em açúcares e, contudo, apresenta um razoável teor em ácidos orgânicos.
Casta medianamente vigorosa. Com elevado índice de fertilidade, apresenta com frequência 3 inflorescências por lançamento, dando origem a cachos muito pequenos, alados e medianamente compactos, o que a torna uma casta pouco produtiva. É uma casta precoce no abrolhamento e na maturação.
Rendimento máximo permitido: 6900 L / ha
10666 kg/ha
65L/100 kg de uvas
Vinho Alvarinho
Natural balanço entre a acidez e o álcool. O relevo, o clima e os solos da sub-região de Monção permitem obter a partir da casta Alvarinho, vinhos com grande frescura, apesar de teores alcoólicos mais elevados, devido á acidez sempre presente. Potencial de envelhecimento em garrafa - Elevada Resistência à oxidação.
Riqueza aromática: Frequentemente encontramos as notas minerais, florais e tropicais associadas de forma muito elegante, delicada e exuberante. São usualmente vinhos concentrados, com grande estrutura e volume e longo final de boca.
Vinho verde alvarinho (% alcool permitido): 11.5 - 14%